Juízes e promotores afirmam ser necessário dialogar com gestores municipais sobre judicialização da saúde

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A área técnica de saúde da Confederação Nacional de Municípios (CNM) dialogou com gestores gaúchos e catarinenses a respeito do subfinanciamento do setor e sobre estratégias para qualificar e diminuir a judicialização dos Municípios. Representantes da esfera jurídica do país participaram do encontro e discutiram o assunto ao abordar que os problemas estão relacionados e trazem complicações aos Municípios.

Em Santa Catarina, a técnica da entidade Carla Albert participou do XV Congresso Catarinense de Municípios, realizado de 14 a 16 de março na cidade de Joinville (SC). Na oportunidade, ela mostrou números que comprovam a defasagem dos valores repassados pelo Ministério da Saúde aos Municípios, e reforçou as palavras do presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, a respeito da não adesão a novos programas. Junto com essa temática foram tratados os Planos Municipais e a judicialização.

Integrantes do painel sobre qualificação e redução da judicialização, estiveram juntos com a representante da área técnica da CNM a professora doutora Lenir Santos e o juiz Federal Clenio Jair Schulze, titular da 1ª Vara Federal de Brusque (SC). Ambos apontaram o subfinanciamento da Saúde como uma das causas da judicialização.

Como forma de superar tal problema, o juiz federal mostrou os resultados alcançados com o Comitê Executivo da Saúde em Santa Catarina, no qual gestores das esferas de governo e operadores do Sistema de Justiça desenvolveram parâmetros para ingresso das ações.

Essa metodologia utilizada em Santa Catarina, a formação de comitês, está de acordo com as respectivas recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), 238/2016, 125/2010 e 48/2017. A CNM tem primado pela formação de Comitês Locais e Estaduais como forma de superar os problemas causados aos Municípios pela judicialização das Políticas Públicas.

21-03 Judicializacao Saude

Reduzindo os problemas
Nesse sentido, em Porto Alegre (RS), em parceria com os atores do Sistema de Justiça estadual e federal, foi apresentada na Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS) o piloto do Termo de Cooperação Nacional para qualificar e diminuir a judicialização em várias políticas públicas como educação, saúde e meio ambiente. A metodologia de atuação segue as premissas do Planejamento e Gestão Sistêmicos (PGS), o mesmo já defendido pela CNM, através da atuação em redes com o estabelecimento de Comitês Locais e Estaduais.

Naquele estado, a Defensoria Pública Estadual tem apresentado a redução do número de ações ingressadas contra Municípios. Esse resultado foi possível pela atuação no âmbito administrativo, ou seja, a resolução da demanda junto aos gestores sem a necessidade e ingressar com ações. Caso a demanda do cidadão levada à DPE tenha que ser judicializada, essa medida tem que cumprir parâmetros rigorosos.

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