Nesta terça-feira, 3 de dezembro, tiveram início as plenárias técnicas do 11º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial, em Salvador. Ao iniciar os trabalhos, o presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Nascimento, reforçou o objetivo dos debates. “Queremos mão na massa, trabalho efetivo, não só no discurso, mas na prática com ações concretas. Nós temos um patrimônio riquíssimo, tanto patrimonial quanto natural. Temos de mostrar esse trabalho todo envolvendo o patrimônio histórico, criativo, dança, enfim, tudo que envolve a cultura”, disse.
O primeiro painel do dia tratou do tema Turismo criativo, patrimônio vivo e trouxe explanações sobre as inovações e estratégias para revitalizar Cidades Históricas. Entre os palestrantes, o Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, Antonio Pontes, ressaltou a importância dos patrimônios contarem com o selo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “Essa será sempre uma marca que é essencial para nós gestores, mas ela não tem eficácia nem surtirá efeitos se não conseguirmos que as comunidades com que nós trabalhamos associam e sintam que o patrimônio cultural é uma produção dos seus antepassados que merecem ser transmitida para o futuro”, completou.
Foram tratados na plenária temas importantes, como o Turismo Criativo entre elemento disruptivo e integrador; Cultura e Criatividade para um Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável; Produtos Inovadores para o Turismo a partir de linguagens artísticas. Participaram da primeira mesa, a diretora executiva da Creative Tourism Network, Caroline Couret, a diretora executiva de Desenvolvimento Urbano, Água e Economias Criativas do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), Carolina Van der Huck Arias, e do diretor executivo DiALAB, Emerson Dindo. Mediando o painel, esteve o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da Bahia, Hermano Queiroz.
Cases
No segundo painel da manhã, os participantes ouviram casos de sucesso em patrimônio cultural que trouxeram como resultado a economia criativa em destinos turísticos. Mediando o painel, a coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Tânia Neres, reforçou que, ao falar de turismo criativo, se fala de pessoas. “Há um tempo atrás, a gente tinha imagens de praia, igrejas e praças vazias. Hoje todas as imagens têm pessoas de verdade, brasileiros diversos em todos os espaços. Temos de falar dessas pessoas com as identidades autênticas que a gente tem para que a gente possa difundir esse turismo apaixonante e que pode mudar a vida das pessoas”, iniciou.
Na oportunidade, foi apresentado o caso do Município de São Luís (MA) com o Roteiro Quilombo Cultural de São Luís. A vice-prefeita de São Luís (MA), Esmênia Miranda, ressaltou que as ações no Município têm sido intersetoriais com o objetivo principal de valorizar o patrimônio. “Para trabalhar turismo, eu não posso ir somente na secretaria de turismo”, disse.
Em seguida, o secretário de Turismo de São Luís, Saulo Santos, complementou a fala da vice-prefeita. “O turismo tem se modificado a cada dia, justamente do que as pessoas estão procurando nas comunidades. Turismo não se faz sem as pessoas? Por isso criamos este roteiro. O turismo não se faz sozinho, além da prefeitura, setor privado e a comunidade”, finalizou. Participaram também do painel a presidente da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico, Kátia Bogéa, além do subsecretário da Secretaria de Cultura de Salvador, Walter Pinto.
Por: Lívia Villela
Da Agência CNM de Notícias