Prefeitos da Amvap se reúnem com representantes do IBGE para entender pesquisa do Censo 2022

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Para dar transparência as ações desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba – Amvap realizou uma reunião de acompanhamento do Censo 2022, com representantes do Instituto. O encontro ocorreu de forma remota nesta quinta-feira (01/12), e contou com a participação dos prefeitos e técnicos das cidades associadas.

Nesta reunião foram apresentadas algumas estatísticas já levantadas. Até o momento, dos 24 municípios que compõem a Amvap, Grupiara foi o único em que a coleta já foi finalizada. Mas, segundo os representantes do IBGE, não significa que o trabalho foi encerrado porque ainda tem atividade de revisão.  Já as cidades de Araguari e Uberlândia estão com as coletas avançadas. Enquanto os demais municípios ainda estão em andamento.

Além de apresentar o panorama do levantamento, o encontro faz parte de um pedido dos prefeitos das cidades que buscam entender melhor os números parciais apresentados pelo Instituto. Na avaliação de alguns, nos últimos 10 anos, a população dos municípios menores estaria sofrendo redução, diante dos dados do IBGE, o que conflitaria com estimativas das administrações.

Segundo a pesquisa do Instituto, a população recenseada de Monte Alegre de Minas, por exemplo, era de 19.619 habitantes em 2010. Dez anos depois, ou seja, em 2020, caiu para 18.729 habitantes, o que indicaria uma queda populacional. Mas, para o prefeito de Monte Alegre de Minas, Último Bitencourt, o caminho é inverso. “Hoje, temos cerca de 6.500 casas, e não acha nada para alugar. Além do mais, o município tem quase 3 mil quilômetros quadrados de área, a população rural é grande. Então, não dá para compreender por que está diminuindo a quantidade de pessoas na cidade”.

Outra cidade que também que apresentou queda, na parcial apresentada, foi Santa Vitória. Do Censo de 2010 para 2020, saiu de 18.138 para 19.514 pessoa. Porém, o vice-prefeito, Renato José de Paula, também contesta os dados divulgados na reunião. “Só no nosso sistema de saúde são cerca de 24 mil pessoas cadastradas, além de aproximadamente 18 ml eleitores. Nos últimos anos criamos mais de 6 bairros e vários assentamentos. Os números são bastante divergentes da realidade que estimamos”.

De acordo com o IBGE, a avaliação do andamento dos trabalhos é positiva, mas algumas questões pontuais, como a recusa de alguns moradores em receber os profissionais, compromete a pesquisa e, por consequência, reflete nos números.

“Entendemos que os prefeitos têm todo direito de questionar os resultados, até agora apresentados. Este é um dado preliminar, que ainda passará por revisão e, com certeza, terá um dado mais correto. Peço que vocês sensibilizem a população para que o IBGE possa revisitar as casas que estão ausentes ou houve recusa”, afirma a superintendente do IBGE, em Minas, Maria Antônia.

Os prefeitos também tiveram a oportunidade de questionar como é feita a coleta dos dados na área urbana e zona rural. Foi o caso do prefeito do Prata, Xexéu, que perguntou sobre a visita nas fazendas. “É importante saber se quando o recenseador chega na sede da propriedade rural, lá não vai encontrar ninguém, mas se andar vai encontrar a casa do funcionário, nesta situação, se não houver ninguém ou ocorrer a recusa, o questionamento é se o gps consegue precisar quanto tempo o agente ficou ali tentando”.

O IBGE informou que tem instrumentos de coleta de trabalho que dão absoluta segurança, com tecnologia, sobre o controle de qualidade do que está sendo realizado, além de os profissionais terem responsabilidade do que está sendo pesquisado.

“Existe um georreferenciamento de verificação da cobertura do trabalho, na zona rural, o que possibilita saber, quando é clicado no sistema o dia, horário e tempo que o agente fez o trajeto e ficou no local”, afirma o coordenador de área do IBGE, Daniel Nunes de Souza. 

Durante a reunião, os representantes do Instituto reforçaram que seguem à risca uma metodologia de pesquisa internacional, e que o objetivo do levantamento é cobrir o território da melhor maneira e ajuda as cidades.

O Censo é a principal pesquisa demográfica do país. Com periodicidade decenal, ou seja, realizado a cada dez anos, ele é responsável pelo levantamento dos principais dados sobre a população brasileira.

Além da contagem da população, o Censo traz dados sobre saúde, educação, emprego, renda, acesso a saneamento, entre outras informações essenciais para implementação e desenvolvimento de políticas públicas.

A preocupação dos prefeitos é que com a queda populacional ha impacto no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). É a maneira como a União repassa verbas para os municípios brasileiros, cujo percentual, dentre outros fatores, é determinado principalmente pela proporção do número de habitantes estimado pelo IBGE.

O presidente da Amvap, ao lado dos prefeitos, se comprometeu em ampliar a divulgação sobre a necessidade da população em colaborar com o levantamento do Censo 2022.

“O que couber a mim e todos os prefeitos, vamos unir esforços para auxiliar o IBGE porque queremos melhorar os índices. A ideia de pedir suporte aos agentes comunitários, que já tem costume de ir às casas, e a divulgação nas redes sociais, podem ser boas estratégia”, diz o presidente da Amvap e prefeito de Tupaciguara, Francisco Neto.