Com risco de epidemia em Uberlândia, população deve redobrar cuidados para combater o Aedes aegypti

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Além de transmitir zika, febre amarela e chikungunya, mosquito também porta novos tipos de vírus da dengue que podem levar à morte

O mês de janeiro é o momento de pico de proliferação do Aedes aegypti. As altas temperaturas e as chuvas intensas de fim de tarde, características do verão, aliadas aos criadouros que o mosquito encontra com frequência dentro das residências ou nos quintais, proporcionam o ambiente perfeito para a proliferação. Do início do ano até agora, Uberlândia registrou mais de 600 notificações de dengue. Um sinal de alerta vermelho para a comunidade e para os que insistem em fazer o descarte incorreto de lixo (ou mantêm objetos que acumulam água em casa e no trabalho).

Preocupado com essa situação, o prefeito Odelmo Leão lançou, nesta segunda-feira (28), a campanha de mobilização e combate ao Aedes. Elese reuniu com representantes de instituições, associações e empresários, além de profissionais da saúde e da educação para reforçar as medidas de prevenção e fazer com que todos se tornem agentes multiplicadores das ações realizadas pelo Município. “Trabalhamos desde 2017 para garantir o controle do mosquito. Foram várias atividades de combate desenvolvidas pelos nossos profissionais. Só que essa luta é de todos nós, uma vez que grande dos criadouros do mosquito estão dentro de casa. Somente com a participação da comunidade é que podemos vencer essa batalha contra o mosquito”, disse o prefeito.

O líder do Executivo municipal explicou que a mobilização está sendo realizada para que a cidade não volte a sofrer uma epidemia, como a ocorrida em 2015 e 2016, quando mais de 33 mil notificações de dengue foram registradas em Uberlândia.

Se você não acabar com ele, ele acaba com você

Não há registro de óbitos nos últimos dois anos, mas o médico da Vigilância Epidemiológica (Vigep), Marcelo Sinicio, aponta: existem outros tipos do vírus da dengue que podem agravar o quadro clínico daqueles que contraem a doença. “Ao que tudo indica, podemos ter uma epidemia de casos de dengue em 2019. A começar pelo clima dos últimos dias, que é favorável à procriação do mosquito, aumentando a probabilidade de infecção de muitas pessoas. Outro fator de alerta é que temos, no país, a circulação do vírus 2, um tipo que faz com que os sintomas do vírus 1, por exemplo, se manifestem com ainda mais severidade”, explicou.

Além disso, segundo Sinicio, quando a pessoa apresenta fatores de risco, como hipertensão, diabetes ou outras comorbidades (existência simultânea de duas doenças ou mais), a situação tende a ser ainda mais grave e até levar à morte. “Não é uma doença simples. Ela exige cuidados, principalmente com os sinais de alarme, como vômito, dor abdominal e sangramentos, que podem aparecer após o quarto ou quinto dias desde os primeiros sintomas. É preciso seguir as recomendações médicas e, claro, evitá-la eliminando o problema na raiz, que é o criadouro do mosquito”, recomendou.

Ajuda da comunidade

Durante o ano de 2018, a equipe do Programa de Controle da Dengue realizou quatro pesquisas (janeiro, abril, agosto e outubro) de Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). Em todos, o maior índice de infestação ocorreu dentro das residências (mais de 80%).

De acordo com José Humberto Arruda, coordenador do programa, a falsa sensação de segurança da comunidade pode ser um dos motivos que potencializam a proliferação do Aedes no momento. “A luta é de todos nós e não podemos esmorecer. Nos últimos anos, registramos queda no índice de infestação e de casos notificados graças ao trabalho intenso de nossos agentes, sempre com o apoio da população. Temos percebido que as pessoas se acomodaram um pouco no combate ao mosquito e isso não pode acontecer. Então fica aqui o nosso apelo a todos: se não acabarmos de vez com o Aedes, ele pode acabar com nossas famílias”, alega coordenador do Programa de Controle da Dengue, José Humberto Arruda.

ASCOM Uberlândia