Projeto Caminhos do Cuidado prepara agentes de saúde de Monte Carmelo

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Ao todo 93 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde estão sendo capacitados para atuarem junto aos pacientes da saúde pública, usuários ou dependentes de drogas lícitas e ilícitas. O curso é ministrado em cinco etapas, sempre às quintas-feiras, para turmas de 40 pessoas em média.

A iniciativa é do Projeto “Caminhos do Cuidado”, do Ministério da Saúde, desenvolvido juntamente com as secretarias estadual e municipais de Saúde para formar os agentes comunitários de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem da saúde da família – saúde mental com ênfase em crack, álcool e outras drogas visando melhorar a atenção ao usuário e seus familiares, por meio da formação e qualificação dos profissionais da Rede de Atenção Básica à Saúde. “A gente tenta quebrar a mística preconceituosa”, disse o psicólogo Danilo Rodrigues, um dos tutores do curso. “A pessoa deve ser vista como ser humano, um paciente que precisa de acolhimento”, afirmou. Serão capacitados em torno de 300 mil profissionais em todo o país.

Foto: Ascom Monte Carmelo
Foto: Ascom Monte Carmelo

Segundo o psicólogo, antigamente o doente mental era direcionado para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), mas a UBS é capaz de acolhê-lo e atualmente a responsabilidade pelo tratamento é da unidade de saúde. “Por isso essa capacitação. Os profissionais vão fazer o trabalho inicial dentro da unidade e posteriormente, caso seja necessário, o paciente vai para um atendimento mais especializado, que é o CAPS”, explicou.

“O Agente Comunitário de Saúde é aquele profissional que vai todo dia à casa do paciente, cria o vínculo entre ele e o serviço de saúde e vai atendê-lo de maneira individualizada, respeitando suas particularidades. A acolhida é dada dentro da própria casa. O agente vai então entender qual é a necessidade e encaminhar o paciente para o tratamento adequado, ou seja, vai humanizar o atendimento e ajudar a quebrar preconceitos.”

O psicólogo Danilo Rodrigues explica ainda que quando se fala em ‘usuário de drogas’ incluem-se aí vários perfis de pessoas, podendo ser o hipertenso, o diabético ou, por exemplo, quem consome demasiadamente café, chocolate, entre outras substâncias. “Todos nós somos potenciais dependentes químicos. A gente cria vínculos com certas substâncias e esses vínculos podem se tornar dependência”, disse. “Com o dependente químico é a mesma coisa. A droga tem uma proporção na vida dele e faz com que ele não consiga fazer laços com outros tipos de relações porque só vê a droga”, afirmou.

“90% dos usuários não se tornam dependentes. São pesquisas com neurologistas. A pessoa trabalha, produz, tem família, pode assumir cargos altos. Tem que quebrar a visão marginalizada dessa pessoa porque muitas vezes ela é internada e quebram-se seus vínculos. Ao invés de ressocializá-la vai piorar seu quadro porque está tirando tudo o que ela construiu.”

Ascom Monte Carmelo