Uberlândia: encontro propõe reflexão sobre o enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes

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A cada hora, são registrados no Brasil 14 casos de violência em crianças e adolescentes, segundo dados do Disque 100 (Disque Denúncia do Governo Federal). A importância de enfrentar essas situações foi tema do  Encontro de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, realizado na tarde desta quarta-feira (18), no auditório do Centro Administrativo Municipal. O encontro, que teve participação de servidores municipais, estudantes, conselho tutelar, e demais instituições parceiras, discutiu os desafios da atuação do Sistema de Garantia de Direitos no enfrentamento à violência sexual.

A Prefeitura de Uberlândia promoveu o evento e que faz parte da celebração do 18 de maio, data instituída por lei como Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil. “É um momento valioso para nossa equipe e nosso trabalho. Motivar tantas pessoas a discutir e refletir sobre o tema é um avanço muito grande, mas temos muito ainda a construir”, disse a secretária municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho, Denise Portes.

A delegada especializada no atendimento e orientação da criança e do adolescente, Gabriela Garcia, explicou que a violência contra o público infanto-juvenil acontece em todos os setores da sociedade. Ainda de acordo com a delegada, a responsabilidade sobre o fato não é somente de pais e mães, mas de toda a sociedade.

Foto: Secom PMU
Foto: Secom PMU

“O abuso sexual de criança e adolescente tem uma especificidade, um contexto diferente de quando a vítima é um adulto. Esse abuso acontece dentro de casa, nas escolas, nas igrejas, nos espaços de prática esportiva, pois são locais onde os pais têm confiança sobre as pessoas. E esse tipo de abuso é cometido por pessoas do convívio da vítima”, destacou Gabriela Garcia.

Palestrante do dia, a professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Anamaria Neves, abordou a necessidade de fazer um enfrentamento ao desamparo, ao sofrimento e à violência. “As estruturas seculares que sustentam a violência são maiores que nós, logo, toda vez que combatemos nós perdemos. Então temos de fazer o enfrentamento, mas não estamos falando de briga ou guerra, e sim de se colocar em outra condição”, afirmou.

Com base nas próprias experiências de projetos voluntários e de extensão, a palestrante conclui que é preciso ouvir o que as crianças e adolescentes têm a dizer. “Isso é prioridade absoluta. Precisamos saber como ouvi-los e como construir e reconstruir nossa escuta”, comentou Anamaria Neves.

Sobre o 18 de Maio

O dia instituído na lei foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados: foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune.

Desde então, a proposta do “18 de Maio” é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A data também visa a garantir a toda criança e adolescente o direito ao desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.

Secom PMU